O Magnificat (Lc 1, 45-56)

Talvez muitos que leiam esta postagem não sabem o que é o Magnificat ou, se o conhecem, talvez não saibam seu poder e importância.
Como podemos ver no Capítulo 1 do Evangelho segundo São Lucas, Nossa Senhora, após receber a saudação do Arcanjo Gabriel  de que seria a Mãe do Senhor, foi às pressas visitar sua  prima Isabel que estava grávida na velhice, já que "para Deus nenhuma coisa é impossível" (Lc 1, 37).
Lá chegando, saudou Isabel, e depois de Isabel ter saudado Maria, a Mãe de Deus, repleta do Espírito Santo proclamou um louvor que ficaria pra História.

O "cântico de Maria" é bíblico e está no Evangelho de São Lucas, cap. 1, vers. 45 a 56.
Ei-lo:

E Maria disse:
A minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo. Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem. Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos. Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes. Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre.

Por vezes em que eu estive triste e rezei o Magnificat, senti uma esperança e uma alegria crescerem em mim. Outras vezes o rezei quando estava feliz, para louvar a Deus. Mas, é certo que sempre quando rezo esse louvor-oração, sinto a ação do Espírito Santo, que vem depressa e poderosamente pela ação de Sua Esposa. Diz-se que os demônios detestam esta oração e morrem de medo dela, porque se o louvor afungenta o mal, o que dizer do louvor perfeito de Maria?!
Diz-nos o ilustre São Luís Maria G. de Monfort sobre este tema:
"É a única oração e a única obra composta por Maria, ou, melhor, que Jesus fez por meio dela, pois ele fala pela boca de sua Mãe Santíssima. É o maior sacrifício de louvor que Deus já recebeu na lei da graça. É, dum lado, o mais humilde o mais reconhecido e, doutro, o mais sublime e mais elevado de todos os cânticos. Há neste cântico mistérios tão grandes e tão ocultos, que os próprios anjos ignoram. Gerson, que foi um doutor tão sábio quanto piedoso, depois de empregar grande parte de sua vida escrevendo tratados cheios de erudição e piedade, sobre os mais difíceis temas. Tremeu e vacilou no fim da carreira , ao empreender a explicação do Magnificat, com que tencionava coroar todas as suas obras. Num volume in-folio, ele nos diz coisas admiráveis do belo e divino cântico. Entre outras, afirma que a Santíssima Virgem o recitava muitas vezes sozinha, principalmente depois da santa comunhão, em ação de graças. O sábio Benzônio, numa explicação do mesmo cântico, cita vários milagres operados por sua virtude, e diz que os demônios tremem e fogem, quando ouvem as palavras do Magnificat: 'Fecit potentiam in brachio suo, dispersit superbos mente cordis sui' (Manifestou o poder do seu braço, desconcertou os corações dos soberbos.)"

Eu rezo o Magnificat em várias situações, depois do Terço, durante o dia, na oração pessoal, etc. Pode-se rezá-lo também depois da santa comunhão, em ação de graças, a exemplo de Nossa Senhora, como vimos na lição acima de São Luís de Montfort.
Saiba essa oração decorada, na ponta da língua, e, assim, una-se frequentemente a Maria, no seu louvor perfeito!
Termino deixando para escutarem o Magnificat cantado belissimamente numa versão da Comunidade Recado, composta por Luiz Carvalho:

Que Deus, através da Virgem Maria abençoe quem lê esta postagem!
Glória a Deus e Ave Maria!
Shalom!

Diego Belém